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Horta como ferramenta didática das Ciências

VANTAGENS DA HIDROPONIA COMO FERRAMENTE DE APRENDIZAGEM

ALUNOS: As vantagens aludidas pelos alunos, de forma muito coerente e espontânea, correspondem aos efeitos de sua importância denotada por eles próprios. Um melhor índice de aprendizagem prevalece como a melhor vantagem da participação dos alunos neste projeto da horta. Interessante denotar que a união do grupo discente foi citada como uma grande vantagem das aulas na Horta. Ademais, os alunos enxergaram a sua participação na horta como uma forma vantajosa de se ter “aula prática e divertida”, e aprender a proteger o meio ambiente.Bem-estar digestivo

Intolerância e alergias

Cozinha saudável / planejamento

Dietas e desintoxicações

Dietas de evacuação.

PROFESSORES: As vantagens apontadas pelos professores retratam a necessidade de aulas que ultrapassem as paredes da sala de aula. No que tange às aulas prática, a interdisciplinaridade, a proteção do meio ambiente e a eticidade, os professores foram unânimes em destacar o uso da horta hidropônica com um excelente instrumento didático.

A cultura por hidroponia, no caso do alface (hortaliça folhosa) apresenta três fases:  a maternidade, o berçário e a engorda. Na primeira fase são inseridas (plantadas) as sementes num substrato agregado (espumas fenólicas) onde, após a germinação, ficam até aparecerem três folhinhas. Esta fase acontece em cerca de 7 dias. Neste momento o acompanhamento dos alunos deve acontecer para que, desde o início de sua participação, o aproveitamento pedagógico seja mais intenso, até mesmo por que, desde o início a interdisciplinaridade está presente. Nesta fase demonstra-se todo o cuidado que se deve ter com as sementes e “mudinhas”, como que cuidasse de criancinhas, alimentadas, aguadas (com intervalo de 20 a 30 minutos) com todo o carinha e atenção que elas merecem.

Na fase de berçário, as plantinhas são levadas (transplantadas) para tubos plásticos (5 cm de diâmetro) onde tem suas raízes mergulhadas em solução nutritiva que é bombeada a cada 20 minutos (20 minutos bombeando e outros 20 minutos descansando). Este transplante é feito com muito cuidado para que suas raízes não se danifiquem. Explica-se aqui que quando em dias quentes, o tempo deste bombeamento cai para 10 minutos. Tal estágio dura cerca de 15 dias. Como se pode observar nesta fase, pode-se trabalhar com os alunos a noção de temperatura, tempo, mistura química, importância da água, crescimento das plantas, o cuidado com o meio ambiente, etc; enfim,  a capacidade do recurso didático e interdisciplinar é muito forte.

Na fase derradeira – engorda (ou crescimento) – o alface encontra-se “adulto”, e novamente se é transplantada para tubos plástico de dimensões maiores (7,5 cm  de diâmetro), e ali permanece sendo alimentada com solução nutritiva de forma automática. Tal estágio dura cerca de 20 dias, totalizando um período entre 40 a 45 dias desde a plantação até a colheita[1].

A interdisciplinaridade não é fácil. A contextualização de todas disciplinas existentes num ano do ensino fundamental, mais ainda. Outrossim, existem formas e experiências que facilitam sobremaneira a sua aplicabilidade, tornando possível a inter-relação de várias matérias – com seus respectivos conteúdos escolares. A horta hidropônica é um portentoso instrumento para esta a aprendizagem e contextualização da interdisciplinaridade, pois conforme Abrantes (2004, p. 12), a hidroponia reúne os requisitos para tal, e cita:

– Utiliza menos água que a agricultura praticada diretamente no solo, ou geoponia. A literatura cita que a prática hidropônica usa cinco vezes menos água que o cultivo no solo, para o mesmo volume produzido. Não se pode esquecer que, um dos grandes problemas do mundo atual é a disponibilidade e consumo de água potável.

– Utiliza menos área, cerca de dez vezes menos, quando comparada ao cultivo no solo. Isto possibilita a produção de hortaliças até dentro do tecido urbano, valorizando a prática da agricultura urbana, como forma de geração de alimentos, renda e trabalho.

 – Como não lança o adubo diretamente no chão, evita a contaminação do solo, especialmente dos lençóis freáticos, preservando esta importante fonte de água. – Por ser controlado (dentro de estufas), possibilita um maior controle e incidência de pragas e doenças, diminuindo assim o uso de defensivos químicos, altamente prejudiciais ao organismo humano. A literatura cita que, quando bem praticada o uso de defensivos é no máximo 10% do volume utilizado na cultura tradicional.

– Também, por ser praticada dentro de estufas, possibilita a produção durante todo o ano, de forma quase independente da estação ou das condições climáticas. O resultado é que se pode ter a produção de alimentos totalmente planejada, de forma a atender às reais necessidades dos consumidores, mesmo em épocas de calor ou frio intenso.

Levando-se em consideração tais requisitos, as mais variadas disciplinas que compõem o currículo do ensino fundamental e médio podem ser intermediadas através da prática em uma horta hidropônica. Embora sejam as mais diversas disciplinas, os temas transversais sugerem possíveis interações conteudísticas por via deste instrumento de cultivo de plantas. Vários temas, indagações, ideias, formam um conjunto disciplinar que surge da aproximação desta relação docente-discente. Resumindo, o dia-a-dia, juntamente com a prática, consolidará modificações no plano pedagógico considerando o uso da horta hidropônica, o que permitirá um crescimento do conhecimento.

 

[1] Este período de tempo seria majorado para 60 dias se fosse cultivado diretamente no solo. Quer dizer, há uma diminuição na espera da colheita em mais de 25%, (ABRANTES, 2004)

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